
Página Pessoal do Suleimane
Dados e História da Guiné-Bissau
O território da atual Guiné-Bissau é habitado há mais de 200 mil anos, inicialmente pelo Homo erectus e depois pelo Homo sapiens (humano contemporâneo). Os mandingas chegaram à Guiné-Bissau no século 13 e fundaram o reino de Gabú (Império de Kansalá). No século 15, tornaram-se dependentes do Império do Mali. Partes desse reino existiram até o século 18.
Em 1446, o navegador português Nuno Tristão desembarcou na costa do atual território da Guiné-Bissau, em busca de escravos. Ele foi morto alguns meses depois por nativos. A partir de 1450, os portugueses passaram a comercializar na região, com ouro, marfim, especiarias e escravos. As principais atividades comerciais eram centralizadas em Cacheu, situada na margem do Rio Cacheu.
Em 1687, Portugal estabeleceu um posto comercial na região, subordinado à administração de Cabo Verde. Até o século 19, muitos nativos foram enviados, como escravos, para o antigo estado do Grão-Pará (atuais estados do Maranhão e Pará).
Em 1690, chegam os primeiros missionários católicos. No século 17, ingleses, holandeses e franceses também se interessaram pelo comércio de escravos na região. Em 1792, os ingleses estabeleceram um assentamento em Bolama, mas por breve período.
Em 1879, as potências europeias começaram a partilhar o continente africano e Portugal estabeleceu uma colônia autônoma na região, que passou a se chamar Guiné Portuguesa. Nessa época, a administração portuguesa de Cabo Verde foi separada da Guiné. Em 1941, a capital da Guiné Portuguesa foi transferida de Bolama para Bissau. Em 1952, o status de colônia foi mudado para província ultramarina.
Em 1956, Amílcar Cabral fundou o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde. Em 1963, a luta armada começou a ser adotada pelos separatistas. Em
1969, com apoio de Cuba e da União Soviética, o Partido Africano já dominava quase dois terços do território.
No início de 1973, Amílcar Cabral foi assassinado, em Conakry. Em 24 de setembro de 1973, o Partido Africano declarou independência da Guiné-Bissau, com apoio de Cuba, China e União Soviética. Portugal reconheceu a independência da Guiné-Bissau, em 10 de setembro de 1974, após a Revolução dos Cravos (a independência de Cabo Verde foi reconhecida no ano seguinte). Foi a primeira colônia portuguesa na África a se tornar independente.
Os anos seguintes à independência foram cheios de conflitos. O primeiro presidente do País foi Luís de Almeida Cabral, irmão de Amílcar Cabral. Ele instalou um governo de inspiração socialista, buscando a anexação de Cabo Verde.
Em 1980, Cabral foi deposto por um golpe de estado liderado pelo general João Bernardo Vieira (Nino). Seguiram-se anos tumultuados na Guiné Bissau, com algumas tentativas de golpe. Uma constituição foi aprovada em 1984 e sofreu muitas emendas posteriormente.
Nino Vieira
Amilcar Cabral (1924-1973),
um dos mais importantes personagens
históricos da Guiné-Bissau.